quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Revivendo



Tão idiota, tão burra, tão inconsequente. Estou revivendo todo o passado que eu prometi evitar, pra sempre. Que droga!

Micaela Mariane

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pra mim, o sentimento é o mesmo



Pra mim, o sentimento é o mesmo. A única coisa que mudou foi a dor que acumulei; é como se cada coisa que eu fizesse tivesse que ter um fim idiota. Acho que tenho motivos o suficiente pra sentar e deixar o medo me assustar, um pouco. Eu sei, isso não é certo. Mas que escolha eu tenho?

Micaela Mariane

Não me esqueça


Mas por favor não me esqueça, não me substitua; apenas diga-me que eu não fui o bastante. A verdade machuca mas é precisa. :(

Micaela Mariane

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu vou enlouquecer!




Eu vou enlouquecer!
Não aguento mais os dias frios!
Eu não lembro mais como sorrir!
Está tudo tão escuro...
Algo está muito errado, estou sozinha outra vez.
Nenhuma bateria batida fortemente consegue acalmar a minha vontade de gritar!
Por que é que é tão inevitável sofrer?
Por que é que destroi tanto?
Por que eu ainda não me acostumei?
Onde estão as respostas?
Merda! Essa angustia está me sufocando.
Cade o ar?
Meu nervosismo se desconta nas pessoas que eu mais amo,
Como controlar meu dom de ser tão impulsiva?
Por que parece tão difícil viver num mundo real?!
E pra quem diz que viver assim é loucura, 
Parabéns, tem meu respeito;
Mas antes sinta o que eu sinto, e tente manter a calma.
Estou enlouquecendo, e agora?!

Micaela Mariane

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alguns conceitos



Percebi, com o passar dos dias, que eu preciso entender e rever alguns conceitos...
1) Eu te amo é tão normal como bom dia, pois geralmente é dito da boca pra fora.
2) Tudo que começa quase perfeito e enquanto dura é bom, quando acaba é oque mais fere.
3) Contos de fadas não existem, só em livros, apenas em livros, livros.
4) Um professor, por mais chato e imprudente que seja, faz uma enorme diferença, de algum modo, em sua vida; diferenças que talvez você não reconheça. Se você sabe ler, agradeça um professor.
5) Quando existem dúvidas, a confiança foi demais. Duvidas te mostram outros horizontes, e abrem portas para mais um monte de conclusões; conclusões que talvez sejam indesejáveis.
6) Não existe nada pior que a dor emocional de sentir culpa por algo não ter dado certo, sentir que não foi o bastante.
7) Todo o pra sempre, tem um fim doloroso.
8) Quem não reconhece o passado, passa a repeti-lo todos os dias.
9) Toda a escolha, atrai medo e indecisão.
10) Antes de amar alguém, se ame.
11) Não acredite no que as pessoas dizem, mas faça-os provar com atitudes. 
12) Procure amar quem te ama, e não quem não lembra de ti.
13) Valorize as pessoas que estão a seu redor, quando você as perde, você acaba mudando o jeito de ser.
14) Um dia você sente falta do que achava que era apenas complemento.
15) Quando a saudade apertar, abrace um travesseiro. Entrar em desespero não trará ninguém de volta.
16) Não deixe que as pessoas te surpreendam, antes, faça questão de surpreende-las.
17) Evite o sofrimento. Antes de deixar que alguém se afaste de você... Pense em como seria sua vida sem esse alguém, mas pensa bem.
18) Antes de concordar, reveja.
19) Carinho, não é amor, é apenas carinho.
20) Amigos de verdade, não vão se afastar de você.
21) Por mais sozinha que você esteja, alguém está torcendo por ti.
22) Quando você estiver precisando gritar, grite!
23) Quando precisar de um abraço, e não tiver ninguém do seu lado... Chore. Lave a sua alma em lágrimas, isso te fará bem.
24) Um sentimento verdadeiro não tem fim... Mas se acabar... Recomece. Mesmo que você não queira.
25) Não desconte o seu nervosismo, nas pessoas ao teu redor. Você pode magoar alguém.
26) Quando se sentir só, perdida, sem ter pra onde ir, ao invés de guardar a dor pra você, pegue uma caneta e escreva. Te fará bem.
27) Mesmo que sua vontade seja de sumir. Não cometa loucuras sem ter certezas da situação que enfrenta.
28) Se for pra acontecer... Vai acontecer, vai voltar. Deixa o tempo decidir o que vai dar... Mas se não for, paciência!
29) Se algo inesperado acontecer, tenha coragem, fale, explique.
30) Não deixe que as coisas acabem, por falta de diálogo.
31) Aprenda a ser feliz sozinho. Pois é quando você começa a depender de alguém pra ser feliz, que você mais vive triste.
E no momento em que você acha que nada mais tem solução, você viverá um novo começo. Um novo começo, com um novo fim. :/


Micaela Mariane

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O amor.


Amor...



Incrível é sentir um sentimento tão forte quanto esse.
Existe algo mais belo que amar?
Amar é sentir prazer nas situações mais banais.
Alegria, diante de qualquer problema.
Força, enfrentando fraquezas.

É sentir na pele algo indescritível, e não importar se o sentimento traz dor.
É perdoar quem não pediu perdão, quem também não merece ser perdoado.
É acreditar em sonhos, ignorando tristemente qualquer realidade.
É, basicamente, ignorar qualquer obstáculo, sem sentir os pés no chão.
É cometer loucuras, sentir a morte na visível distancia.
É concluir que a vida, não faz sentido longe de alguém...
É uma pequena maneira de cometer um suicídio todos os dias...
Não tirando a vida, mas quebrando o que te mantém vivo... O coração...
E nem assim ser capaz de desistir.
Frases, palavras de um coração, de um casal apaixonado... 
Existe algo mais lindo que quebrar regras pra construir um futuro?


Micaela Mariane

sábado, 26 de novembro de 2011

Bipolar.



Do mesmo modo que sua felicidade me deixa alegre, eu também fico triste em saber o quanto você vive feliz sem mim. Talvez eu seja mesmo bipolar.

Micaela Mariane

Ódio.



Quando uma pessoa sente ódio, ela não se sente mal por sentir dor, mas ela sente prazer em sentir o mesmo. E eu me sinto preza, num mundo inventado.

Micaela Mariane

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dói, muito.



Sinceramente, eu não sei mais o que escrever. Eu não consigo achar palavras pra me descrever, pra descrever o que eu sinto agora, neste exato momento. Isso é estranho, por que antes parecia tão simples. E isso me assusta, isso também dói. Dói muito, muito mesmo; é insuportável continuar assim.

Micaela Mariane

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eu..




Acontece que eu... perdi metade de mim quando senti você se afastando. :(

Micela Mariane

Não importa;


 A verdade é que não importa quem você amou, porque você chorou, como alguem te maguou ou porque aconteceu. Teu coração não vai parar de ama-lo, pois faz parte da sua natureza gostar do que sabe que é impossivel. E sabe o que mais te machuca? Saber que isso é verdade.

Micaela Mariane

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Você já parou pra pensar?



Você já parou pra pensar em quantas vezes você já se pegou pensando nele, distraída?
Você já parou pra contar quantas vezes você deitou na cama só pra ficar em silêncio?
Você já parou pra pensar em todas as loucuras que você fez, ou pretende fazer, por alguém?
Você já parou pra contar as tantas vezes que você saiu gritando com pessoas que não lhe deram motivo algum?
Você já parou pra pensar em quem são os seus verdadeiros amigos? Em quem confiar?
Você já parou pra contar as tantas vezes que chorou na frente do próprio computador?
Você já parou pra pensar em quantas vezes você procurou a dor?
E então, já parou pra tentar entender se isso realmente vale a pena?  

Micaela Mariane

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O mundo da voltas.



Acontece que o mundo da voltas, e não importa se o que você fez ontem valeu, já que o mundo é feito de presente, e não de passado.

Micaela Mariane 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um dia a vida te surpreende.



Você descobre o valor das pessoas quando o tempo passa; e ai, por mais que esse tempo seja de dois dias, a saudade vai apertar. E se isso acontecer você pode ter certeza de que esse sentimento não é em vão, pois você sente por alguém, e basta apenas isso acontecer pra olhar pro mundo e dizer que um dia a vida começa a te surpreender - em um dia qualquer.

Micaela Mariane

domingo, 6 de novembro de 2011

Amigos?



Você percebe quem são seus amigos de verdade, quando a convivência se tornar essencial. E um dia você percebe, que amigos são amigos, e não parceria; é ai que gente vê, que os amigos de verdade, sobra dedos pra contar.

Micaela Mariane

sábado, 5 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Porque...



Porque o mundo começa a ter mais sentido, quando você começa a acreditar nas suas próprias realidades.

Micaela Mariane

Parece que eu não aprendo.



Você nunca quis saber o porquê, e você precisava saber. Agora é como se o mundo girasse num sentindo contrário, e as lembranças negativas, mesmo que não sejam reais, se juntam dentro de mim me dizendo que agora eu já consigo ver o fim. E mais um vez a culpa é minha. Até parece que eu não aprendo.

Micaela Mariane

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Todo o mal;



Todo o mal que você, que  humanidade faz, independente de qual for, um dia se volta contra você mesmo.

Micaela Mariane

Você não vive para si;



Você não vive pra si, vive para os outros sem perceber, e acaba sempre se importando com quem nem sabe que você existe. Isso é ridículo, e acontece com todos nós.  

Micaela Mariane

sábado, 22 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

Eu vou conseguir.



Hoje eu precisei de psicologia, mas eu não desabafei com ninguém. Hoje eu precisei chorar, mas algo me impedia. Hoje eu enfraqueci, mas eu me sentia forte. Hoje eu delirei, mas estava em absoluto consciente. Hoje eu ignorei tudo, e eu precisava reavaliar a minha vida. Hoje uma musica não me ferio, e eu esperava que ela me ferisse. Hoje eu fiquei em silêncio, mas eu tinha um bilhão de coisas pra falar. Hoje, eu busquei por palavras em vão. Hoje eu senti. Hoje só foi um dia. Hoje eu me senti desconectada, diferente, mas eu era igual ha todos. Hoje eu me senti perdida, mas eu sabia onde me encontrar. Hoje, algo me fez perder a razão, e eu tinha tudo sob controle. Hoje eu descobri que tenho cor. Hoje eu me senti mal, e comigo tudo corria bem. Hoje eu fiz descobertas, mas foram descobertas que eu já conhecia. Hoje eu estava alegre, mas algo me deixou fria. Hoje eu tive vontade de falar tudo oque enche até a borda o meu olho, de lágrimas, mas eu me calei. Hoje eu queria aconselhar, mas ignorei meus conselhos quando eu precisava me ouvir. Hoje, eu simplesmente me senti bipolar. Mas amanha será um novo dia, mais uma chance de ser feliz, mais uma busca, mas será o dia em que saberei expressar oque eu sinto. Eu sei que vou conseguir.

Micaela Mariane

Inútil.



Sabe aquela sensação de ser inútil? É, já faz um bom tempo que me sinto assim.

Micaela Mariane

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não é ciúme.





Não é ciúme, é medo. Você entende?

Micaela Mariane

Eu estava só.



E no entanto eu estava só. Exatamente igual a todas às vezes. Perdida num mundo que eu criei; o mundo onde só entra os meus problemas, os meus medos, os meus pensamentos frios e eu. Eu estava repleta de pessoas a minha volta, mas nada me impedia de estar assim. Eu me sinto fria, com um coração montado sobre minhas cansadas mãos, um coração que mesmo doendo, consegue amar. E sou uma das poucas pessoas que conseguem expressar a tristeza, em um sorriso acolhedor.

Micaela Mariane

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Essa não é uma história real.





Ela acreditava em tudo o que de bom acontecia em sua vida, vivia como se o mundo fosse fácil, talvez porque ela não sabia que as pessoas mudam, essas mesmas que faziam do dia uma alegria única, conseguem definitivamente tornar a noite desagradável. Ela não se importava com isso pois ela gostava da vida dela assim, cheia de emoções. Ela conheceu um garoto, um garoto especial. Assim foi se passando o tempo e aquele garoto continuava importante. Ele ficou com ela pela primeira vez e dessa vez vieram tantas outras vezes. Ela gostava dele e ele dizia que também gostava dela. Era uma amizade colorida, uma amizade que cresceu. Ele a pediu em namoro, eles começaram a namorar. Agora ela tinha um namorado. Ela amava o namorado, amava como nunca havia amado alguém e isso já bastava, não é?! Ela era feliz. Ele a deixava, a tornava feliz. Tudo isso importava pra ela. O tempo passou, outra vez. Pura felicidade e alegria na cabeça da menina. Até que um dia acabou. Ele terminou com ela. Ele a traiu. Ela estava infeliz, ela ainda o amava. Ela estava completamente disposta em perdoá-lo e ele se dizia arrependido. Mas ele ainda não havia voltado. Várias vezes essa menina pensou em cortar os pulsos e se deparou com um canivete sobre as mãos, cada vez que uma lágrima presa insistia em não cair. Tudo continuava igual. Os pais dela acreditavam que ela podia estar enlouquecendo, entrando em depressão, e, muitas vezes, acreditavam na ajuda de psiquiatras e psicólogos. Os pais da garota a obrigaram ir em uma clínica psiquiatra e a fazer várias sessões de consultas com psicólogos. Mas nada adiantou, ninguém entendia. Ela simplesmente não queria mais viver, e era tudo muito simples. Ela começou a se cortar, não na tentativa de tirar sua própria vida, mesmo que isso seria ótimo pra ela, mas porque ela precisava ver seu próprio sangue, e assim continuou, porém, a cada dia piorando mais. A garota já não falava, não comia, não dormia. Mas ela escrevia e desenhava, andava com um caderno sem capa e uma caneta preta, sempre sobre as mãos. Ninguém se atrevia a questioná-la. Ela perdeu peso. Ela se tornara pálida e sempre com olheiras profundas. Sua família já não sabia mais o que fazer, e um dia ela faleceu. Não, ela não se matou pelos pulsos, mas por uma doença grave que teve em sua saúde, por não se alimentar e nem  dormir. Médicos insistiram na ideia de que ela era uma garota forte, porque afirmavam que já fazia tempo que o coração batia fracamente. O garoto apareceu e ele sentiu culpa, rancor. Ele jogou seu próprio ódio para si mesmo. A família achou que o mais certo a fazer, era entregar o caderno que a garota tanto escrevia, para o menino, mesmo sentindo ódio do garoto e jogarem a culpa nele; Ele não era, exatamente, o culpado, pois mentir é tão fácil e tão normal! Ao abrir as primeiras páginas, as únicas coisas que estavam marcadas em folhas, eram desenhos de corações partidos e o nome dele cercado de lágrimas invisíveis, lágrimas também desenhadas, por alguém que não estava mais ali. E foi a última folha do caderno rabiscado, que realmente fez a diferença. Nessa dizia:
"Eu não me matei. Eu deixei que a morte me levasse aos poucos, pra que eu pudesse sentir dor. E isso foi ótimo. Eu sabia que esse caderno, um dia, chegaria em suas mãos. Guarde esse caderno. Cuide desse caderno. Foi nesse caderno que eu coloquei em prática minha vida. Agora eu estou bem melhor que antes, e só espero que você seja feliz. Não se culpe por isso. Essa foi a minha decisão. Eu peço que se cuide, que se alimente, que encontre alguém que te ame como eu te amei e que seja feliz, porque foi isso que eu tentei fazer quando estavamos juntos. Devo te lembrar que é importante dar valor ao que tem nas mãos. Obrigado por me fazer feliz. Eu amo você."
As palavras dela, explicaram tudo.




Essa não é uma história real, mas isso, realmente acontece. Será que isso precisa acontecer pra que as pessoas aprendam a dar valor ao que ganham, ao que tem em mãos? Será que uma dia as pessoas vão conseguir reclamar menos sobre problemas tolos e se importarão com seu próprio modo de viver? Será que é preciso a morte, para uma vida realmente ter sentido?

Micaela Mariane
  

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nem me surpreendo.



Sofrer. Eu já nem me surpreendo em ver tanta gente chorar, tanta decepção e desconsolo. Tanta dor e sofrimento. Talvez um dia isso se torne tão normal quanto escovar os dentes, e talvez no futuro, não machuque tanto.


Micaela Mariane

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu sou assim.



Desculpa sociedade, mas eu sou assim. E eu não vou mudar.

Micaela Mariane

Agora eu choro.





Agora eu choro, e sei que não tenho motivos pra isso. Talvez agora seja, porque já não tenho mais nada que me impeça de sorrir. E isso também dói. Eu sinto falta.

Micaela Mariane

Eu sabia.



Eu sabia que não faria bem eu me aproximar de você, mas é tão difícil ficar longe!

Micaela Mariane


Nome: Ciúme.



Nome: Ciúmes.
Função: Acabar com minha alegria, me deixar nervosa, falar coisas por impulso, fingir que não há nada, ficar com raiva, e explicar o que eu sinto.

Micaela Mariane

sábado, 1 de outubro de 2011

Perigo.






Eu cansei de ser certinha, de fazer sempre o certo, e obedecer as regras. A unica coisa que eu evitei, foi a intensidade de perigo. E eu sei que eu preciso disso.

Micaela Mariane

Cale sua boca






Cale a sua boca e tampe os seus ouvidos. Eu ouvi de mais, e agora chegou a minha hora de falar; o que você ouvir de mim, será consequência.

Micaela Mariane

Meu melhor conselheiro.





As vezes, faço do silêncio meu melhor conselheiro; e é dele, que escuto os melhores conselhos. 

Micaela Mariane

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Fale.



Eu sei que alguma coisa está acontecendo. Mas eu não quero imaginar as piores possibilidades. Então, fale agora.

Micaela Mariane

domingo, 25 de setembro de 2011

Felizes para sempre.



Essa história não é uma história real.







Ela olha nos olhos dele.

- Se eu fosse embora, se eu sumisse você sentiria minha falta?
- Não. 
Ela abaixa a cabeça e mexe os pés como gesto de quem precisava sair correndo pra chorar. Ele ergue seu queixo e explica.
- Eu nunca sentiria sua falta, jamais. 
Uma lágrima do rosto da menina cai sobre suas bochechas rosadas. 
- Eu nunca te deixaria ir embora, pra precisar sofrer com isso. Eu te amo. – Tirava ele, as duvidas da garota
- Eu não existiria sem você – falava à menina que entre lágrimas, começava a sorrir.
- E eu não viveria – Acrescentou ele.
- Mas devia. Você vai viver sem mim. 
Ele a olha com desprezo.
- Eu já disse, eu não vivo sem você e eu não brinco. 
Ela olha pra ele, da um sorriso torto, toca no rosto do menino, lhe da um beijo, levanta do banco onde estavam sentados, e sai caminhando lentamente. Ele vai atrás.
- Me deixa – Diz a menina. 
- Eu não consigo, eu não posso. Você não me entenderia, mas parece que quando não estou perto de ti, algo dentro de mim falta e fico me atormentando sem motivos. Você é tudo pra mim e isso não é exagero, eu juro pra você.
Ele segura a mão da garota e ela vendo o menino em desespero, olha dentro dos seus olhos e diz:
- Eu te amo muito. Promete que não vai esquecer disso? Promete? Promete que vai seguir a sua vida, sem mim? 
- Por que isso agora?
- Tchau, não venha atrás de mim. Eu te amo. Por favor, não insista. 
Ela vai embora. Ele a olha com olhos transbordando de lágrimas. Ele a amava, ela também.
Ele não admitia. Passou o resto do dia pensando na menina. Por que aquele assunto? Por que aquela conversa? Ele estava decidido; no dia seguinte o primeiro lugar em que iria, antes de qualquer coisa que precisa-se fazer, seria ir a casa dela; resolver esse assunto. Não havia nada mais importante que isso. Absolutamente, ela era tudo pra ele.
A noite foi insuportável, tanto para ela, quanto para ele. As situações eram diferentes, mas eles sentiam o mesmo. Dor, coração apertando, esmagando, triturando. Falta de ar, lembrar que um era o ar que o outro respirava. Amor. Simplesmente um amor verdadeiro. Duas pessoas que se amavam completamente, incondicionalmente; duas pessoas inseparáveis. Um amor de causar inveja em pessoas, um amor e não uma paixão, não uma ilusão, não um passa-tempo. Um amor, apenas um amor. 
Horas, pareciam não passar, mas o dia amanheceu. E era apenas sete horas da manha, quando ele saltou de sua cama, onde não havia pregados os olhos a noite toda, e saiu incansável até a casa da garota.
Ao chegar tocou a campainha, e sem nenhum pouco de calma, não agüentou ficar esperando abrirem a porta – ele invadiu a casa. Quando entrou, avistou imediatamente a mãe da garota, com olhos tensos e avermelhados, rouca, de pele extremamente pálida. Ela não estava bem.
- O que está acontecendo? Tudo bem com a senhora?  
- Você não sabe o quanto eu sinto. 
Ao ouvir as ultimas palavras da mãe que chorava, ele sentiu suas pernas amolecerem; ele entendeu. A garota não estava bem. Subiu as escadas para o segundo andar da casa, e se dirigiu rapidamente até o quarto da menina.
Ela estava deitada, no leito da morte. Acabada.
- Ah! O que ta acontecendo! - Ele estava desesperado. 
Ela sorriu pra ele.
- Não precisava ter vindo aqui.
- Ah meu amor, o que houve com você! O que aconteceu? -Lágrimas caiam do rosto do garoto, enquanto ele corria até a cama da menina, para apertar sua mão.
- Decidi morrer na minha casa. Eu não quis me internar, e essa foi a minha escolha. Já faz um bom que sofro de um câncer maligno. Eu não quis te contar, eu não quis te preocupar, eu não queria que as coisas mudassem. Eu estava bem, melhor impossível, do seu lado, e nada mais importava. – A calma da garota era absolutamente atordoante.
- Câncer. - ele repetiu para si mesmo outra vez. - Apenas câncer.
- Eu sei, deve ser horrível pra você. Droga! Você não devia ter vindo aqui! Por que você veio! - Usava seu tom de vós mais alto que conseguia, que mesmo assim era quase mudo. 
- Você devia ter me contado. Talvez pudéssemos mudar as coisas, talvez achássemos uma cura! Eu não posso perder você, eu só tenho você. Por favor, não me deixe sozinho. Eu lhe imploro.
- Você era minha cura. Você, por muito tempo, foi a minha cura. Faz um bom tempo que enfrento com minha família essa doença. Meus médicos estão surpresos por eu ter agüentado até agora, eles dizem que algo incrivelmente forte conseguia me manter viva, mas que isso não era remédio. Eles não fazem a idéia de que eu sei o que me faz querer viver, eles não têm idéia de que esse amor que tenho aqui dentro, que você, é o meu melhor remédio, a minha cura. Foi você quem me salvou até hoje, só você. E tudo era tão perfeito! Era como um sonho, e eu sabia que um dia eu teria que acordar, mas você não precisava sofrer comigo. Viver ao seu lado, já foi o meu melhor cuidado, poder amar, sentir, sonhar, viver, criar fantasias, isso eu só aprendi com você, e só você me fez bem. Eu nunca senti algo tão forte, quanto esse amor que tenho por você. – Dizia a menina ofegante, enquanto uma lágrima caia sobre o lençol. Ela não tinha muitos minutos.
Ele se joga de joelhos, ao pé da cama, e se lamenta, lamenta talvez por não poder salvá-la agora.
- Seus vizinhos, sua família; todos devem me achar louco, mas eu só tenho você. Não... Me... Deixe! – Falava o garoto, gaguejando só de tentar imaginar o que seria dele, sem ela.
- Obrigado por existir, obrigado por entrar em minha vida, obrigado por me fazer feliz pra sempre, obrigado por cuidar de mim, mesmo sem saber. Obrigado por me amar, obrigado por me dar essa oportunidade de te amar também. Obrigado por ter me feito à pessoa mais feliz desse universo. Eu te amo, e posso dizer, que pra sempre. – E essas foram as ultimas palavras, a ultima lágrima, e o ultimo sorriso. Ela faleceu.
Ele tocou nos lábios dela pela última vez, chorando, e a abraçou forte. Levantou, e a olhou novamente.
- Eu também, eu também te amo muito. - sussurrou ele, deixando uma lágrima cair sobre a blusa da garota. Ele desceu as escadas e olhou pra mãe da menina.
- Eu sinto muito. - ele se retirou da casa.
Ele, do lado de fora da casa, pode ouvir o choro alto da mãe da garota, e o barulho das escadas sendo pisadas forte e rapidamente.
A caminhada para casa foi longa e triste. Ele viu a menina partir, ele viu a garota que mais amou em toda sua vida, simplesmente ir embora pra não voltar mais, não agora. Ele viu a namorada dele, partindo, pela mesma doença que sua mãe. 
A infância do garoto havia sido terrível. Aos 10 anos, perdeu a mãe também vítima dessa doença; e seu pai, ao perder sua esposa, o abandonou. Ele dizia que o menino era muito parecido com a mãe, e que não iria agüentar. Ele partiu, e o deixou com uma tia mais próxima. Definitivamente, ele não via motivo algum em continuar vivo, até que conheceu a pessoa mais importante de sua vida.
Numa festa de escola, os dois sentando a duas cadeiras de distância, enquanto o resto da escola dançava alegremente. Música alta, lanches espalhados pelas mesas, balões expostos a quatro cantos, um DJ tocando, todas as garotas de vestido e todos os meninos de terno. Foi assim que tudo começou.
Ela estava sozinha, ele também. Por algum motivo, os dois que andara sempre cheio de amigos, naquele momento estavam sozinhos. Uma musica lenta. O DJ mostrando o casal separado por cadeiras, implorando para uma dança.
Ela se aproximou dele, com seu sorriso alto e largo e com um jeito meigo, ele não pôde deixar de notá-la, e assim começaram a conversar. Depois de quinze minutos, se tornaram mais um casal envolvido na dança. E aquele foi o começo de uma grande história, de uma história que não se encaixava com o presente em que hoje vivia.
Chegando à casa da tia, ele correu pro quarto, pensando em como prosseguir sua vida, como fazer da vida, um motivo pra viver. Pensar no sorriso, nas palavras, no carinho, nos beijos, nos abraços da garota, insinuava que ele não vivia, mas sim, que ele apenas existia, e existir era insuportável.
Nove e meia da noite, ele recebe uma mensagem no celular; era a mãe da garota, dizendo que o velório, aconteceria na mesma manha. A noite foi, outra vez, em claro. A manhã era mais importante do qualquer coisa. Eram seis horas, quando levantou da cama que não dormira, e se vestiu, totalmente de preto, partindo assim para o velório.
Tristes, quietos e inconformados; todos os parentes e amigos estavam assim. Ela era uma menina linda, querida, simpática, ótima garota, amada por todos; a perda não era forte só para ele, mas sim, especialmente pra ele. Passaram-se as horas, todos em um silêncio intenso, até a hora de enterrar a menina. Choros, lágrimas, uma mãe desesperada, e as pessoas em desespero; assim estavam todos os presentes. Ultimas palavras, ultimas frases. Hora de o garoto falar.
- Meu anjo. Hoje eu havia preparado algo diferente para nós, meus planos eram outros, hoje eu levaria você para almoçar no nosso restaurante predileto, e eu te faria o pedido mais importante, um pedido que eu sei que você estava esperando, um pedido que ia nos tornar eternamente juntos, até que a morte nos separasse, mas hoje, nesse mundo real, eu me encontro aqui, lutando para que tenha forças pra falar, eu te perdi, e não posso acreditar. Saiba que eu te amo mais que tudo, que sua vós é a única que me conforta, que eu estarei sempre ao seu lado. Que eu nunca te esquecerei. Saiba que você foi, e sempre será, quem em mais amei, quem eu sempre vou amar. Eu sinto muito, por não ter cuidado de você, por não ter te abraçado, te beijado, te dado caricias, manhas e aconchego, mais vezes, mas eu nunca me propus a imaginar que um dia isso fosse acontecer. Hoje eu não vivo, porque viver sem você não é viver. E agora eu só posso lhe dizer obrigado, obrigado por me fazer o homem mais feliz da face da terra. Eu te encontrarei em breve, para sermos felizes juntos. Eu te amo. - Ele joga uma rosa vermelha, junto a um anel de noivado. Estava óbvio; ele não esperaria por muito tempo sendo somente namorados, se aquilo não estivesse acontecendo.
Novamente choro. O garoto tirou lágrimas pesadas dos presentes, e dentre esses, a pergunta inevitável: O que ele queria dizer com "te encontrarei em breve"? Ninguém sabia. Logo em breve, a garota já não estava mais presente.
E aquele foi mais um dia. Foi o ultimo dia dele. 
Na manha do dia seguinte, o encontraram morto. Ele havia tirado a própria vida, ele estava tentando vê-la novamente. Ele ia conseguir. 
Foi um amor lindo, um amor onde nada se compararia ao que um sentia pelo outro, um amor onde não existiam barreiras, onde atitudes eram provas, e o coração um responsável. Um amor que durou a vida inteira, um amor nada mais e nada menos, que pra sempre.


E então, a que ponto de absurdo você chegaria por amor? 


Micaela Mariane


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Se a vida fosse fácil



Se as coisas fossem perfeitas e fáceis, as pessoas seriam arrogantes, intereceiras e incapazes de dar um passo além da imaginação.

Micaela Mariane

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sabe aquela menina?




Sabe aquela menina que está sempre sorrindo, pra todo o mundo? A noite ela chora desesperadamente, em silêncio. Ela sorri porque aprendeu com a vida, e, ela chora porque não pretendia ter que aguenta-la.
Sabe aquela menina em silêncio? A noite, ela deita em sua cama, e pensa mais um pouco, sozinha, com pensamentos em loucuras. Ela fica em silêncio, porque não vê palavras atraentes, e pensa, porque ela não precisa dizer nada.
Sabe aquela garota que sorri, mas que do nada se acomoda num canto, e prefere ficar só? Bom, essa superou. Ela sorri, porque aprendeu a viver assim, com um destino que não quis, e ela fica em silêncio, porque precisa lembrar o porque ela precisa sorrir.

Micaela Mariane


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amizade





Muita gente vai olhar e te criticar. Vai lhe dizer que o que você faz é errado, sem ao menos destacar opinião. Gente que destaque seus defeitos com a ponta dos dedos. Pessoas que vão falar mal, por suas costas. Pessoas falsas, pessoas que mentem. Gente que comenta seu estilo, e diz que não vai conseguir. Gente que não goste da sua banda preferida e critique sua preferência. Sempre vai existir alguém que não concorde em nada com você, e simplesmente não te queira bem. E é por isso que os amigos existem; pra lhe elogiar e criticar, pra te fazer rir, pra falar dando opinião na sua frente, pra ressaltar suas qualidades quando você só destaque os defeitos, pra dizer sempre a verdade, independente de tudo! Que queira te ver feliz, te ver sorrindo. E é por isso, que é a AMIZADE é um dos sentimentos mais lindos que um ser humano pode ter.



Dedico a todos os meus amigos. Obrigado por existirem ♥


Micaela Mariane

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sinto



Eu posso não dizer, posso não falar e nem demonstrar, mas eu sinto.

Micaela Mariane



Diz pra mim...



Então me diz, se eu for embora agora, fugir sozinha nesse mundo, se eu partir, você vai realmente sentir a minha falta?

Micaela Mariane

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E se eu me machucar...




E se eu me machucar novamente, talvez eu seja incapaz de amar outra vez.
Já dei tantas chances pra esse coração que talvez, se me magoar de novo, eu perda essa coragem desconhecida.
Então por favor, não me iluda.


Micaela Mariane

Apenas pessoas




Somos apenas pessoas; pessoas frágeis e sensíveis.
Pessoas que caem, que erram, que possuem defeitos. Pessoas comuns. Pessoas que aprendem a viver com os erros, pessoas que precisam perder pra saber dar valor. Pessoas que choram, que riem, que sofrem, que amam; pessoas que sentem. Somos pessoas que crescem exageradamente nos sentidos mais ocultos – dentro de si mesmo. Somos pessoas loucas, que às vezes possui alucinações, mas vivemos em um mundo real tão desesperador! Somos humanos de direitos igualados. Somos um futuro presente. Somos quem queremos ser. Somos destruidores de um mundo que é aos poucos destruído! Somos apenas humanos pequenos num mundo gigante. E eu sou feliz sendo quem sou; com milhões de defeitos. Sou feliz sem ser, nem um pouco sequer, perfeita; sou uma humana sonhadora, uma garota que cria fantasias onde a realidade é quem mais machuca. E ser feliz já basta pra mim.



Micaela Mariane

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Acredito



Acredito que tudo é possível para aquele que busca objetivos. Então acredite mais, e se lamente menos! 


Micaela Mariane

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Incrível



Incrível é olhar pra tudo que me machucava, me feria, me despedaçava e me deixava complatemante mal, e não sentir mais nada.
Esquecer parecia impossível, mas agora eu vejo que é surpreendente.
Me sinto tão bem e tão segura, que pareço não ser mais eu, e isso é ótimo!
Anestesiada contra qualquer coisa que me proibia de ser feliz.
Me sinto bem, estou feliz, e isso é incrível.


Micaela Mariane

sábado, 3 de setembro de 2011

A última carta


Essa história, não é uma história real.



            Era um dia normal de uma quarta-feira, na aula de um colégio no centro da cidade. Um casal de adolescentes de quinze anos que estavam ficando começam a conversar entre risos, mas seriamente.
- Vamos brincar? É assim, eu te amo, e você finge que me ama, até que eu perda esse amor por você. Será que você agüenta? – perguntava esperançosa a garota.
- Parece fácil. - Respondeu o menino entusiasmado, mexendo no cabelo da menina que sorria alegremente.
- Espero que seja. – falava confiante.
Os dias se passaram, e para a felicidade da menina, ele cumprira bem suas promessas, ele a fez feliz do jeito que nunca teria sido antes; a levava para passear, brincava com seus cabelos, esperava na frente da escola todos os dias e falava coisas que toda a garota apaixonada sonha em ouvir. Ele se tornara, pra ela, mais do que um simples namorado; se tornara exageradamente muito mais que isso. Ele já era seu porto seguro, sua paz, a razão de uma vida com cor, o motivo de cada sorriso – ela estava perdidamente apaixonada pelo rapaz.
  Mas, em um dia qualquer de uma tarde de sábado, ele resolve ter uma conversa séria com a garota, e a convida para uma caminhada. Entre emoções nada agradáveis, como ele não responder as perguntas que a menina fazia esperando respostas, pingos grandes começam a descer do céu.
Correram rápido para a parada mais próxima, que ficava quase em frente à casa da garota. Ela não se sentia bem; enquanto corria ela tentava segurar sua mão para uma corrida mais rápida e agradável, e ele sigilosamente se afastava toda vez que ela tentava – isso a assustava o bastante para que ela perdesse o fôlego, para que ela perdesse o aprendizado em respirar. Bruscamente, enquanto ela tentava respirar calmamente – já de baixo da parada destinada -, ele resolve começar a falar o porque eles estavam ali, o porque ele havia a chamado. –  sem ao menos explicar o que dizia.
- Encontrei uma garota melhor que você. – Dizia ele sério.
O primeiro estado psicológico da garota foi entrar em pânico, e também não conseguiu controlar as lágrimas. Tudo ia tão bem, tão seguro, tão real, e simplesmente não podia acabar assim; ela não podia deixá-lo partir.
- Como? Não, você me ama! Esse é o trato! Essa é a regra! Vai desistir agora? – gritava desesperada, fazendo com que, todas as pessoas da rua, disparassem para olhar de mais perto.
- Tchau. - disse ele saindo correndo, indo atrás da melhor amiga da menina, que o esperava dentro de um carro, em sua frente.
A garota sem entender sentou-se no banco da parada, baixou a cabeça e tentou controlar seus pensamentos já sem controle. Voltou para casa algumas horas depois, ao entardecer. Furiosa, sem calma, e arrasada, buscou por uma única conclusão para aquele dia, e achou melhor esperar o dia seguinte para concluir o que se negava a aceitar, o que martelou em sua cabeça por uma longa noite intera que passara de olhos abertos.
E como se os minutos não passassem, os segundos se passaram lentamente.
Chegou ao colégio minutos antes do primeiro sinal, e se dirigiu a sua sala – pretendia falar com sua “amiga” no final da aula.
A aula teria sido a mais longa que já presenciara – mesmo ali, dentro da sala com o professor explicando matéria de prova, ela não conseguia entender nada; parecia estar surda, ela não conseguia entender uma só palavra que o professor dizia, ela estava muito nervosa.
Ao bater do ultimo sinal, procurou incansável por sua amiga, se é que podia ainda chamar de amiga, pelo colégio inteiro. Encontrou-a no final do corredor onde ficava seu armário, rindo contende com outras pessoas. Isso a ferio bastante; depois de tudo o que havia acontecido, ela podia simplesmente não rir daquele jeito, de acordo com a situação – ela havia roubado seu namorado, e se fosse por amor a garota estava disposta em perdoá-la, mas era triste o fato de que ela estava sorrindo com outras pessoas, enquanto ela sofria arrasadamente por algo inesperado.
- Como você teve coragem! – Ela estava mais nervosa do que precisava, mas não conseguia se controlar. A dor que sentia pela situação era ardente, e não existia nada para amenizar a ardência que sentia.
- Gente, por favor, preciso falar com minha amiga... Se me derem licença...
Ela esperou as pessoas que a rodeavam saírem para continuar.
-Bom, sinto muito se sou melhor que você! – Debochava a amiga.
Paralisada com a resposta que ouvira, a garota que já não estava bem agora se sentia fraca, de pernas bambas, como se estivesse prestes a cair.
- Eu confiava em você... Como você pôde fazer isso! – Concluía incrédula.
- Sempre te odiei querida! Tu sempre tiveste tudo, é só pra ti aprende.
- E pra mim aprende’, você precisa tira de mim o que eu mais amo?
- Eu não gosto dele. É só pra ter esse gostinho, de olhar você derrotada.
- Eu pensei que você fosse minha amiga... – disse se jogando de joelhos no corredor frio da escola, com as mãos sobre o rosto.
Ele se aproxima das meninas que discutiam.
- O que está acontecendo aqui? – perguntou o garoto.
- Ela não te ama! Ela acabou de admitir!
- Nossa... – Interrompia a antiga amiga, irônica e falsa – Eu nunca pensei que você fosse fazer isso comigo... Eu achei que me entenderia, poxa, você é minha melhor amiga! Eu achei que você entenderia! Não era você que dizia que devemos correr atrás de quem amamos? Eu não esperava isso de você... – Mentia friamente.
- Vamos sair daqui. Tenho nojo de pessoas falsas! – Ele dizia olhando para a menina que ainda chorava, para sua ex-namorada, encarando-a cruelmente sem razão.
- Então saia de perto dela, seu burro! Droga! Acredita em mim! A gente já namoro... – Acrescentava a menina no auge de absurdo.
Ele a interrompe.
- Não foi amor. Foi só um jogo. Foi você quem me disse isso.
Ele segura na mão de sua nova namorada, vira as costas e sai levando-a com ele. A menina desesperada, e incrivelmente apavorada com todas as descobertas que naquele dia havia feito, não conseguiu se mover por um bom tempo - ficou imóvel sentada sobre joelhos.
Somente depois de algumas horas ela conseguiu levantar, obrigatoriamente, pois a expulsaram do lugar onde estava – a escola estava sendo fechada. Eram sete horas da noite, e sua aula terminava às cinco e meia; ela havia ficado tempo de mais pensando no que não era preciso lembrar.
Sua volta pra casa acrescentou mais uma hora, mesmo ela morando ao lado da escola.
Seus pais estavam trabalhando, então, em sua casa não havia mais ninguém, apenas ela com seus pensamentos fora de série. Ela decidiu não comer nada, apenas deitar e chorar, era disso que ela precisava, apenas disso.
Voltou à escola apenas depois de dois dias, totalmente transformada – Seu cabelo castanho de um corte degrade, agora estava preto com uma grande franja nos olhos, suas roupas coloridas e da moda já não existiam, era apenas roupas pretas, sua maquiagem colorida e bem feita, agora era um risco preto, que não era tão perfeito, e a menina sorridente e simpática, já não sorria, apenas olhava pro chão, e também não cumprimentava ninguém, ela simplesmente andava em silêncio. Sem duvidas, sua mudança levou olhos curiosos não desgrudarem de si.  
Todos tentavam conversar e perguntar o que havia acontecido, mas a menina só dizia que nada estava errado, que apenas mudou o visual. 
Assim ela continuou por mais de um mês inteiro. Ela já não tinha amigos nesse dia.
Ao terminar uma aula de sexta-feira, e menina decide ir para uma praça, ouvir barulhos de carros atravessando a avenida com rapidez. Ela olhava para esses e sorria sem motivos, pra quem não sabia o que se passava em sua cabeça, aquilo era irônico, ela olhava pra aquilo como se ali estivesse a solução de seus problemas. Ela estava delirando, mas tinha certo controle, e era só isso que a salvava de loucuras.
Naquele dia ela estava mais triste, ela não tinha com quem conversar, ela não tinha mais uma melhor amiga pra desabafar, pra contar o que a machucava profundamente. Ela não tinha um ombro amigo pra chorar; ela preferia se sufocar com sua dor, pois ela já achava aquilo importante e o melhor a fazer.
Vestida com um moletom preto, que escondia seu corpo, e uma calça jeans, ela escondia suas mãos em seu moletom que era quase maior que ela. Sentada naquele banco azul, sozinha, sem movimento nenhum de pessoas, ela ia levantando um pé em direção a rua movimentada, inconsciente, até que avistou quem tentou evitar nos últimos dias. Ele vinha em sua direção.
Depois de sua mudança, ela fez questão de evitá-lo, de fugir de qualquer coisa que a levasse pra perto dele, mas ali, naquela hora da tarde, ela não tinha mais tempo de correr; ele suspeitaria. Ela tinha certeza de que ele não a reconheceria daquele jeito, então, puxou sua franja para esconder seus olhos, e conseguiu.
Discretamente, como se fosse marcado, ele senta-se ao lado dela; com tantos bancos pra se sentar, ele justamente escolhe aquele. 
Ele parecia triste, de olhos inchados, mas ela não queria ouvir a vós dele, ela sabia que aquilo só iria prejudicá-la em seu estado psicológico que já era difícil de controlar daquele modo.
Como se ela estivesse interessada em ouvir alguma coisa, ele ignora a tentativa dela tentando se esconder, e começa a contar seus problemas. Parecia que ele precisava conversar.
- Minha namorada me deixou. - disse ele, olhando para suas próprias mãos que se mexiam em um ato de uma pessoa nervosa.
Ela não respondeu, mesmo curiosa. Ela já sentia, na única coisa que a deixava viver, uma dor intensa. A mesma dor que sentiu em um dia inesquecível. Ele continuou.
- Eu a amava... Eu larguei tudo por ela, larguei a pessoa que me amava de verdade pra ficar com ela, e hoje eu estou sozinho. Isso é insuportável.
Ela continuava em silêncio, enquanto ele esperava por uma resposta, por um consolo. No pensamento da garota, só surgiam ruídos. "Ele se refere a você, ele lembra de ti!". Essas frases se repetiam em sua cabeça, e aquilo a enlouquecia.
- Eu precisava falar com alguém... Não to mais agüentando suportar tudo isso sozinho.
         Ela ignora suas amarguras, e coloca o capuz sobre seus cabelos, na esperança que abafasse o som de sua vós. Ela sabia que não agüentaria ficar por muito tempo sem chorar.
- Droga! Será que você poderia me ouvir?! - Falou em fúrias o menino.
Vendo sua reação, a menina tenta falar alguma coisa. Lutou, buscando forças para sua vós simplesmente surgir em sua boca.
- Por que terminou com ela? - Falou, com uma vós quase muda.
Naquele momento, ela torcia para que ele não a reconhecesse.
- Não. Ela terminou comigo, e me contou tudo, tudo o que fez com a melhor amiga dela, ou ex melhor amiga. Estou me sentindo extremamente culpado.
O rosto da garota que antes estava pálido, agora estava branco como nunca havia ficado antes. Seu estomago embrulhou o bastante pra que ela se preocupasse em não sair correndo, que se descuidou, deixando uma lágrima cair. Ergueu sua mão escondida no moletom, e limpou suas lágrimas rapidamente, esperando seriamente que ele não tivesse visto o que estava acontecendo.
- Você tem visto essa menina, essa ex melhor amiga da sua ex-namorada? – Essas não eram as palavras certas que ela queria dizer, mas foram as únicas que conseguiu encontrar.
- Não. Isso me assusta. Eu não a vejo desde que...
Ele não continuou.
- Desde o que? - Insistiu a menina, mesmo sabendo a resposta.
- Desde quando eu fui um idiota com ela, desde quando eu terminei com ela pra ficar com uma mentirosa, que dizia que me amava... Eu não tenho sentido nenhum, agora!
- O que você faria se a visse novamente?
- Talvez eu não queira vê-la novamente... Eu não saberia com que cara olhar pra ela.
- Você não gosta dessa menina. Estou certa?
- Eu não sei como dizer isso... Mas acho que eu tenho raiva dela... Ela podia tentar me alertar mais de uma vez... 
A garota interrompeu.
- Você esperava o que? Que ela fosse correndo atrás de ti, tenta explica tudo o que você não ia acreditar? – Gritou a menina.
Ele olhou apavorado.
- Desculpa... – Disse a adolescente tentando se acalmar.
- Tudo bem... Você tem razão.
Ficam por mais um minuto em silêncio. Ela percebeu que os olhos dele dispararam sobre ela naquele momento, e assim, se encolheu.
- Você está toda de preto... Por que está sem cor? É tipo... "Luto"?
- Talvez...
- Por quê? – perguntava o garoto curioso.
A menina suspirou fundo.
- Eu tentei matar, dentro de mim, um amor impossível.
- Um amor não é impossível. Lute por ele. Não importa a tão loucura deve ser, mas não desista. Um amor verdadeiro não se esquece. – Aconselhou o menino.
A garota riu. 
- Como se fosse fácil. - Ela continuava rindo baixinho.
- Me conte sua história. 
Ela já havia ouvido de mais aquela tarde, o suficiente pra seguir a vida dela sozinha, e se acostumar assim. Uma coragem incontrolável penetrou em suas falas. Ela resumiu verdadeiramente o que havia acontecido com ela.
- Bom... Pra começa, eu estava ficando com um menino, eu o amava de um modo que eu nunca sonhei que fosse possível, de um jeito inexplicável e seguro. Eu o amava como nunca amei ninguém, e aquilo bastava pra minha vida ter cor. Até que toda aquela perfeição entrou em crise quando propus uma brincadeira a ele. – Dizia ela, olhando para seus pés.
- Depois de uma semana, ele me abandonou – continuou. – É como se todos os dias perfeitos, precisassem ter um fim. Ele ma traia com minha melhor amiga.
Ela observou sua expressão, sobre seu ombro, e o analisou pro um breve minuto.
- Minha antiga amiga só mentia pra ele, e eu tendei avisá-lo. E foi depois do dia mais infeliz de minha vida, que eu me tornei assim. Depois das piores feridas. Se hoje eu sou assim, é porque aprendi a ser assim. Pensei várias vezes em acabar comigo mesma, mas não tinha coragem, e eu não precisava fazer isso. Era incrível... Eu sonhava, e ainda sonho, com ele todas as noites, e ao acordar eu vivo um pesadelo. Eu já me acostumei com essa dor. Por um momento pensei que a melhor solução era aceitar minhas alucinações, mas eu tentei acreditar mais em mim, e me sinto completa em saber que sou forte o bastante pra isso.
Ela se levanta rapidamente, o observa por mais um segundo e concluí. - E o pior, é que apesar de tudo isso, eu ainda o amo do mesmo jeito.
Ele fica paralisado. Ela sorri pra ele, deixando uma lágrima de seu rosto cair novamente, olhando diretamente para rua, com o propósito de ir embora.
- É você... – concordava o menino ainda paralisado.
- Sim, sou eu. – Ela sorri entre lágrimas novamente, e sai correndo, passando pelos carros que buzinavam contra ela. 
Ele continuou sentado lá, no mesmo lugar, com a boca aberta, apavorado.
A garota voltou pra casa feliz – feliz não como antes de tudo, mas feliz de um jeito que há dias não sabia que era possível estar. Na mesma noite, a garota é alertada pelos pais, para que fizesse suas malas; eles decidiram ir embora da cidade. Seu pai havia comprado um estabelecimento e arrumado um emprego mais fortalecedor na cidade onde a maioria seus parentes moravam. Ela não recusou.
Decidida em esquecer essa parte da vida, consciente de que nunca conseguiria, ela foi silenciosamente sorrindo para seu quarto preparar as malas. 
Talvez ela pudesse construir uma nova coragem em cima de medos e incertezas em outra cidade. Talvez ela devesse tentar ser feliz do jeito que merecia. Talvez ela conseguisse. Talvez ela amasse novamente. Talvez... Ela só precisava tentar, e ela estava disposta a fazer isso. No dia seguinte, ela foi embora, sem dar explicação a ninguém.
Houve boatos na cidade de que o menino entrou em depressão, e abria a janela toda noite pra olhar pro céu, chorando, depois da carta que a menina deixou de baixo da porta de sua casa, que dizia:
"Eu te amei do jeito mais lindo, e ainda te amo. Nunca achei que fosse possível amar alguém assim. Mas você me fez bem. Eu era feliz ao seu lado; eu era feliz por poder te ver todos os dias, e, eu sou feliz por você existir. Aprendi que é realmente possível amar perdidamente como em livros e histórias. Você me ensinou que pra ser feliz, eu não preciso encontrar um príncipe. E isso foi o bastante. Mas acabou. Não te verei todos os dias, e nem precisarei evitar fazer isso para evitar a dor de perda. Mas acredite em mim, eu jamais irei te esquecer. Seu sorriso, suas palavras, seu jeito, sua simpatia, sua beleza, estarão sempre aqui, dentro de mim, e eu levarei pra vida inteira. Eu lhe agradeço por cada momento que junto passamos, sejam esses bons ou ruins, muito obrigado. Te levarei pra sempre dentro de mim, e nunca te esquecerei. Estou seguindo minha vida em outra cidade, mas ainda torço para que você seja muito feliz, porque você merece. Se um dia sentir minha falta, a noite abra a janela e olhe pro céu; eu estarei do outro lado, procurando seu rosto nas estrelas. Nunca se esqueça do que você me disse, que também foi fundamental pra mim: "Um amor não é impossível. Lute por ele. Não importa a tão loucura deve ser, mas não desista. Um amor verdadeiro não se esquece." leve essas palavras pra você também, e se um dia entrar em crise, lembre-se que você foi a melhor pessoa que eu podia conhecer. Essa é a última lembrança que deixarei de mim para você; essa é minha última carta, mas você vai estar comigo o tempo todo, em meus pensamentos. Nunca se esqueça, que eu te amarei pelo resto dos meus dias. Se cuida, por mim. Te amarei pra sempre."
- Eu também, te amarei pra sempre. - Essas foram às frases que ele disse ao vento após ler a carta. 





É preciso aproveitar cada pequeno momento da vida, usufruir cada detalhe, como se fosse o ultimo; saborear uma barra de chocolate, sair para festas, ter namorados, abraçar o mais forte possível, amar cada alegria, cada tristeza, se arriscar mais para não se arrepender, aproveitar a família, os amigos, às pessoas que te fazem bem... E principalmente valorizar o tempo. Um amor verdadeiro dura a eternidade, e é pra sempre, por mais longe que esse esteja, o sentimento será o mais único e eterno. Ninguém esquece um amor, as pessoas simplesmente se conformam com o tempo, a viver com a ausência de quem sonha ter ao lado todos os dias. Não precisamos de um mundo perfeito para um amor perfeito, precisamos apenas de um coração valente, que ame, apenas ame. Lute por seu amor. Lute por sua felicidade e nunca desista, porque desistir é para os fracos, e você sabe o quanto pode ser forte. Nós somos o futuro, e o presente já passou. Aproveite a sua vida, viva pra viver, não simplesmente para existir; você merece sorrir todos os dias, todos nós merecemos.


Micaela Mariane